sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Anjos e Demônios

Vivo em um mundo só meu
Onde não importa a tua oração
Por trás das paredes das casas
Por trás da imagem e ilusão.

Não vivo no mundo dos homens
Vivo em outra dimensão
Não há honestos nem infames
No abismo da perdição.

Não sou pessoa terrena
Sou carne dispersa a vagar
Sou mente impura a escrever
Sou alma ferida a sangrar.

Ao bem e ao mal não pertenço
Sou um reles ser oriundo
Um humano de alma vazia
Que vive em seu próprio mundo.

A negatividade me atrai
A negatividade me repele
Sou o equilíbrio entre as forças
A neutralidade me persegue.

Sou a sobra da falta
E a sobra do resto
Sou um vivo sem vida
Sou um vivo sem gesto.

Um dementado à espreita
Teu pior pesadelo
Sou tão mortal quanto o fogo
Sou tão frio quanto o gelo.

Roubarei tuas lembranças
Deixarei tuas tristezas
Roubarei tuas forças
Através de tuas fraquezas.

Sou o lacre violado,
O inverso e o reverso
Metade demônio inocente
Metade anjo perverso.

Invocarei o teu rancor
Pra retirar tua harmonia
Provocarei a tua dor,
Tua última gota de agonia.
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