sexta-feira, 19 de novembro de 2010

"Fiquei tão só, aos poucos. Fui afastando essas gentes assim menores, e não ficaram muitas outras. Às vezes, nos fins de semana principalmente, tiro o fone do gancho e escuto, para ver se não foi cortado. Não foi."

Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Alma que Ocoa

E tudo insiste ser
como se nunca outrora, sido.
O “agora” dantes,
permanências...
Hoje, frestas afiadas.

Do olhar algures
desnudar esferas,
resta a des-espera
de jamais ter compreendido.

Alheio
era o nunca ter vivido,
nunca ter estado
e nunca ter nascido...

Não assusta a morte
seu brincar inofensivo,
nem as horas trinas
quando vai findando o dia,

Assusta esse afora
de adornados desmotivos,
desestares desdenhosos
de instantes retroativos...

O vago sensitivo
de voltar quilômetros
de nadas...

Sem ao menos ter partido.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Cidade dos Mortos


Caminhando pela cidade dos Mortos
Meus penamentos vagam sobre aquelas moradias
Quantos amores não conquistados
Quantos abraços que nunca foram dados
Quantos sonhos que por ali ficaram
Quantos Eu Te Amo ali estão guardados
A ilusão de uma vida feliz
Entristece ainda mais a morte
Dos sonhos não conquistados
Aos desejesos realizados
Da morte de um velho sábio
A morte de quem nunca descobriu o amor
Da vida que começa em um choro
A vida que termina no ultimo suspiro
Dos habitantes dessa terra
So resta a saudade e nada mais
As lembranças que apertam nossos corações
Faz brotar em nossos rostos a marca da dor
As lagrimas que derramamos
So nos mostra o quanto estamos vivos
Na selva de espinhos
Continuamos caminhando
Na esperança do tão sonhado reencontro