quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Porta do Destino

Como um ogro devorando corações
Debaixo da máscara, seu rosto desprezível sorri.
Demônios famintos sem salvação

Você consegue ouvir a melodia da guilhotina?
O pecado e o meu coração partido perambulam,
E o mesmo vagando assim, essas memórias que não foram perdoadas,
Apunhalam meu coração

Espírito, abandone o abismo envenenado,
Retire-se do lago da eternidade
Destruindo essa imagem,
Chave que abre a porta do destino transitório em minhas mãos.

Com este braço eu devo puxar e abraçar o mundo que dá voltas
Céu melódico.
Eu sei que a dor não é celestial nem mundana,
Mas um supremo santuário
Origem da imaginação
Uma nova vida nasce nesse mundo governado pelo caos

O corpo que eu sacrifiquei para a eternidade tomou o lugar de um anjo caído
A luz ofuscante encobre o bater de suas asas

Sofrendo, o corpo crucificado se despedaça
E o sangue impuro derrama-se completamente
A prova do juramento está cravada neste corpo
Rumo a porta do destino.

Brindo à sua podridão

Celebro os humores fétidos que emanam do seu corpo
Esvazio minha taça à sua decadência
À tua podridão eu brindo
Rindo pela sua desgraça
Maldito sejas por toda eternidade
No fundo é o que desejo
Tudo à você, vil demente
Detestável e putrefacto ser digno da mais profunda miséria
A vida é meu triunfo, teu cadáver meu troféu
Pena não podeis assistir minha glória
Atormentado e agonizante
Nas profundezas abissais do inferno.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Palavras mortas (carta à você)

Em meus lábios descansaste teu último suspiro,
foste muito bem pequeno coração quebrado.
A sua partida foi dolorosa, foi sofrível.
fez-me estagnar na escuridão por um longo tempo
Período este que permaneci aqui estive vazia por dentro.
esperando o seu toque, esperando o seu amor... você é vida entre os mortos.
Minha alma esconde-se da luz, ainda vejo seu reflexo no espelho,
agora sua face me assombra.
Seus sussurros ainda ecoam em minha mente, lágrimas silenciosas se esvaem em constante dor
Meus olhos não acreditam no paraíso ao lado, ser atormentado
Quando você partiu as rosas fronte minha janela choraram uma perda irreparável,
ainda contida em mim, nossos passos vividos.
Não há amor algum em mim, uma nuvem escura o cobriu, o sol me adoece,
o vento me tormenta; apenas a noite acalenta a ferida que você deixou a mostra.
Sinto mutua saudade das suas palavras cálidas
agora elas se misturam com minhas ideias trágicas e se englobam densamente
para o fim da minha mente afetando estranhamente o meu coração tão doente,
assim tento seguir em frente esperando minha hora chegar
para enfim no meu sepulcro repousar
então venha me salvar' do nada que me tornei, as cinzas mais uma vez me juntei.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cantem outros a clara cor virente

Do bosque em flor e a luz do dia eterno...

Envoltos nos clarões fulvos do oriente;

Cantem a primavera: eu canto o inverno.

Para muitos o imoto céu clemente

É um manto de carinho suave e terno:

Cantam a vida, e nenhum deles sente

Que decantando vai o próprio inferno.

Cada um espera o sepulcral punhado

De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos

Cada um de nós é bússola sem norte.

Sempre o presente pior do que o passado.

Cantem outros a vida: eu canto a morte.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Há dias não vejo luz, tranquei-me nos meus aposentos
Aqui estão guardadas minhas dores e todos os meus lamentos
Daqui já não quero sair, o mundo lá fora mudou
A sociedade boa se foi, apenas o lixo ficou.
Pessoas nojentas, sem escrúpulos, estão jogadas à sorte
Cretinos que me fizeram sofrer, desejo a vocês a morte!
E quando eu sair daqui, num macabro anoitecer;
Os sangues de seus corpos podres é o que irei beber.
Por cada lágrima que derramei vocês pagarão com vida
E já que sois a escória do mundo, não sentirão vossa partida!

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Por lenços escondo meu rosto
imóvel, espero socorro
já não sei como acordar ou forças ganhar
para deixar-te e seguir em frente
Oh meu amor acorde-me com um beijo e tudo isso virara passado
acorde-me como um princípe encantado.
Oh rei, me iludis-te, me enganas-te. Mas por que?
Sinceras tuas palavras, decaídas à mentirosas
e minha cabeça, faz girar, girar...
Oh paixão, paixão confusa que ordeno - saia de mim!
Não preciso deste homem e suas doces palavras
que machucam qual sempre desabam
do sonho encantado vira um vão
já fiz minha escolha prefiro morrer ao sofrer ilusão.
E assim meu corpo já desfalecido
meu coração deprimido,
pesado e desprotegido
Assim me entrego a morte
sangrando carente.
Entreguei minha alma ao sofrer por um doente
você me fez mal
e sua culpa foi fatal.

Adeus.