quarta-feira, 17 de junho de 2009

Tento esconder as cicatrizes debaixo da pele pra você não ver não chorar nem se preocupar, querer saber o que as provocou, me despindo com perguntas me tornando vulnerável a você. Sabe, às vezes é difícil esconder tudo dentro de si importar-se com os outros com o que vão pensar, tentar poupa-los e enganá-los fingindo sorrisos e margaridas no cabelo, rodopios e canções de roda quando o que há é só desespero e bateres de porta.

Engolir o choro nem sempre é possível os gritos saem em forma de urros e a face contrai e os olhos transbordam. Muitas vezes o papel dá conta e a calma chega quando a folha em branco se completa quando a mão inicia o seu trabalho de transcrever a alma e jogá-la em código inteligível para si e para o mundo.

Porém, se a dor é forte para te tirar até as forças de escrever, ou pior, de viver; se te amarra as mãos e abre os olhos e só deixa ver o mal, o triste. Direciona sua mente para a infelicidade e cobre as alegrias, os momentos bons os esconde de você, então o papel perde o significado de libertação só a morte ganha esse poder. E tudo se resume a novas formas de alcançá-la perder o medo de encará-la tomar sua mão e mergulhar junto na mais pura e cândida escuridão.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Já não me reconheço nas sombras e nos reflexos...

Queria gritar mais alto que o som...
Queria dizer-te que nas minhas veias corre uma dor rubra que é ácida quando me jorra da boca.
E eu grito... Grito todas as dores... Todas as lágrimas... Todas as perguntas que ficaram sem resposta, mas o teu eco silencia-me... Não o ouço... Não vejo tua voz cruzar as andorinhas e eu morro mais um pouco.
Puxo-me para um buraco onde possa fugir da pressão exercida no peito por não me sentir em ti. Por não abrir os olhos de manhã e seguir; a vida de modo sermos feliz.
Asfixio o ar que devia respirar com orgulho. Danifico os sorrisos com os maxilares cerrado com força, crio rugas na pele e dispo-me de perfumes. Ainda semeio o meu jardim com lágrimas de carne que adubam a terra onde teimosamente nasces e continuas a ser o cravo mais bonito do meu jardim...
E eu... a mesma pétala perdida, sempre tentando agarrar a esperança no verde das tuas folhas.