segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quando bem quer satisfaço tua ânsia
se estiveres diante do escuro te dou o morcego
está-se diante do caos dou-te o sossego
se quereres liberdade te dispo a infância
se quereres vaidade fornece-te o apego
é só uma troca, não há distância
fazes o que peço na chegada hora
não saberei se dói nem se chora
não saberei se te serve mais esta ganância
dai-me a alma sem relutância
faça antes e faça agora!
Sinta chegando o fervor e a constância
o que era de princípio interno se possui por fora
jaz cedo teu corpo em tarda hora
e fica tua mente perdida em ignorância.

sábado, 29 de maio de 2010

Meus dias sem ti

Só a morte vai quebrar essa corrente
que prende o meu coração e a minha mente
ao teu formoso ser eternamente

adoeço em insanidade agonizante
esquálido e em estado fulminante
anseio o teu perdão a cada instante

mas que cruel destino, vil fortuna
sem ti meus dias se enchem de lacunas
atordoado, minha sorte entrego às ruínas

eu sempre soube, não sairia impune
a esse amor que a luz e as trevas unem
e de fulgor ardente minha alma mune.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Naquele dia, meu coração desmoronou sem um som,
Mesmo se eu parasse e gritasse.
Queria pintar de preto a maré negra em meus olhos.
Estou naufragando em um amanhã sem cores.

Seguindo ao vento

Sozinho na escuridão,
Eu sabia o significado das suas lágrimas.
Eu avancei ao lugar que desejava,
Mas não quis machucar ninguém.

O vento está soprando sobre o oceano,
Rumo ao amanhã sem hesitar.
Por que meu coração não se move?

Qual será o destino que está por vir?
Eu não me arrependerei de ter nascido.
Por dentro da tristeza está a coragem.
E acredito que estou me aproximando daquela luz.

As lágrimas jorram do céu azul.
Algum dia se tornará sorriso.

O vento segue um ritmo rápido,
Sinto soprar através de meus dedos.
As coisas nas quais eu acredito ainda me assustam, mas...
Eu não vou desistir.

A lua toca suavemente meus ombros,
Sobre seu reflexo na estrada,
Eu nunca esquecerei como me perdi.

Se eu esperar pelo amanhã e nada acontecer,
Uma mão me dará um impulso;
E a minha escolha mudará.
Esses fortes sentimentos, agora são maiores.

As lágrimas que jorram pelo céu esta noite,
Certamente clarearão amanhã.

Para onde olho,
Aquele será o local onde começarei
Eu posso ir a qualquer lugar,
Se eu não desistir de mim mesmo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Conurbação

Metrópoles cuspindo suas lápides
Tanto pranto as estações vão trazer
Por dentro de cada buzina a análise
De seus braços não vou me desfazer

Gota por gota cada adormecer
Traz uma nova rosa em seu brotar
Avenidas de sonhos a verter
Armas postas no verde amarelar

Em cada viaduto já não caibo
Dourado pelos olhos de faróis
Tempo perdido na vazão adentro

Calado em calabouço desalento
Envolto em borracha que a chuva rói
Sou dessa terra um sempiterno raio