quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Cantem outros a clara cor virente

Do bosque em flor e a luz do dia eterno...

Envoltos nos clarões fulvos do oriente;

Cantem a primavera: eu canto o inverno.

Para muitos o imoto céu clemente

É um manto de carinho suave e terno:

Cantam a vida, e nenhum deles sente

Que decantando vai o próprio inferno.

Cada um espera o sepulcral punhado

De úmido pó que há de abafar-lhe os cantos

Cada um de nós é bússola sem norte.

Sempre o presente pior do que o passado.

Cantem outros a vida: eu canto a morte.
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